O técnico Renato Paiva reconheceu abertamente os principais pontos que precisam ser corrigidos no Botafogo após a derrota para o Red Bull Bragantino no último sábado. Às vésperas de encarar o São Paulo pelo Brasileirão, nesta quarta-feira (16), no Nilton Santos, o português listou as falhas que vêm comprometendo o desempenho do time, que soma apenas quatro pontos em três rodadas da competição nacional.

Paiva destacou quatro aspectos críticos: posse de bola improdutiva, excesso de cruzamentos, erros técnicos na construção ofensiva e o posicionamento de Savarino, camisa 10 da equipe.
Apesar de o Botafogo liderar a estatística de posse em várias partidas — com média de quase 59% desde sua chegada —, o treinador reconhece que o domínio territorial não tem se convertido em chances reais de gol.
— Tivemos sessenta e poucos por cento de posse contra o Bragantino, mas sem finalizações efetivas. A posse tem que terminar em gol. O foco agora é tornar essa posse mais agressiva — afirmou.

Cruzamentos excessivos e pouco produtivos
Outro ponto de insatisfação foi o volume de cruzamentos. Contra o Carabobo, pela Libertadores, o Botafogo cruzou 36 vezes, mas apenas oito bolas chegaram com precisão. Paiva admite que há desorganização no momento de decidir por esse tipo de jogada.
— Às vezes cruzamos no desespero, com um contra quatro na área. Precisamos de equilíbrio. Não sou contra cruzamentos, mas eles têm que ser bem executados — explicou.

Erros técnicos na construção
Segundo o treinador, o time ainda sofre para sair da pressão adversária e toma decisões erradas, especialmente no setor de criação. Contra o Bragantino, o Botafogo teve dificuldades para conectar jogadas e errava até passes simples.
— Tivemos muitos erros técnicos. Perdemos sequência quando tínhamos vantagem numérica. Às vezes, insistimos no jogo curto quando a melhor opção era a bola longa — disse Paiva, citando falhas de leitura tática que o time ainda tenta corrigir.
A posição de Savarino no esquema tático também foi assunto. Paiva quer o camisa 10 mais próximo do gol, atuando na zona de criação, sem precisar voltar tanto para buscar o jogo.
— Se ele tiver que vir muito atrás, perde a paciência e se desgasta. Quero que ele receba onde é especialista. É uma questão de fazer a bola chegar até ele, sem que precise buscar tanto — pontuou.

Desafios pela frente
Com jogos contra São Paulo, Atlético-MG, Estudiantes, Fluminense e Capital-DF nos próximos dias, Paiva tem pouco tempo para treinar e muito a ajustar. O Botafogo tem o pior ataque do Brasileirão até agora em 2025, com apenas dois gols marcados, e precisa de mais de 20 finalizações para balançar as redes.
O recado está dado: é hora de transformar a posse em perigo real, os cruzamentos em jogadas ensaiadas e os talentos individuais em soluções ofensivas.
Leia mais
Veja mais notícias do Botafogo, acompanhe os jogos, resultados e classificação além da história e títulos do Botafogo de Futebol e Regatas.