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Racing x Botafogo: Times tem INUSITADA conexão ancestral

Carlito Roberto, Oscar Alberto Américo Basso, Osvaldo (Baliza) Alfredo Santos, Nílton dos Santos, Osvaldo Ávila e Rubem Machado (Rubinho) Ramos; agachados: Manoel dos Santos (Néca) Vitorino, Moisés (Zezinho) Ferreira Alves), Ariosto de Barros Perlingeiro, Otávio de Moraes e Válter da Costa e Silva
Carlito Roberto, Oscar Alberto Américo Basso, Osvaldo (Baliza) Alfredo Santos, Nílton dos Santos, Osvaldo Ávila e Rubem Machado (Rubinho) Ramos; agachados: Manoel dos Santos (Néca) Vitorino, Moisés (Zezinho) Ferreira Alves), Ariosto de Barros Perlingeiro, Otávio de Moraes e Válter da Costa e Silva

O duelo entre Racing e Botafogo na Recopa Sul-Americana de 2025 traz um significado especial para Agustín García Basso. O zagueiro argentino, peça fundamental na conquista da Sul-Americana pelo Racing, tem uma ligação histórica com o futebol brasileiro por meio de seu avô, Oscar Alfredo Américo Basso.

Oscar Basso foi um dos grandes defensores do futebol argentino nas décadas de 1940 e 1950. Ídolo do San Lorenzo, ele precisou deixar seu país após se envolver em disputas por melhores condições para os jogadores e acabou atuando na Inter de Milão. Em 1950, chegou ao Glorioso, onde jogou apenas 17 partidas, mas criou uma parceria memorável com Nilton Santos.

“Oscar Basso é um caso raro”, explicou o historiador Luiz Antônio Simas à ESPN.

Agustín García – Buda Mendes / Getty Images

“Zagueiro argentino de técnica refinada, veio ao Brasil oriundo da Itália em 1950, trazido pelo radialista Luiz Mendes. O Botafogo não teve um bom ano, mas os poucos jogos de Basso foram suficientes para criar uma mística impressionante. Há quem diga que ele era um craque no nível de Domingos da Guia, e há quem o veja como uma lenda quase mítica. Mas o fato é que Basso marcou o Botafogo de forma fulminante”, concluiu Simas.

O time botafoguense dos sonhos em 1982: Carlos Alberto, Manga, Basso, Sebastião Leônidas, Gerson e Nilton Santos; Garrincha, Didi, Heleno de Freitas, Jairzinho e Zagallo (reprodução/Placar)

Após ser anistiado, Basso retornou à Argentina e encerrou a carreira no San Lorenzo. Seu neto, Agustín Basso, revelou que, infelizmente, não teve a chance de conversar com ele sobre futebol.

“Meu avô foi campeão argentino em 1946 pelo San Lorenzo, jogou no River Plate, Tigre, Inter de Milão e também no Botafogo, onde atuou ao lado de Nilton Santos”, contou Agustín. “Mas, infelizmente, quando eu tinha um ano e meio, ele começou a desenvolver Alzheimer. Eu o conheci, mas nunca pude conversar com ele sobre futebol. É algo que eu teria adorado que ele me contasse”.

O zagueiro do Racing se emociona ao lembrar das histórias da avó sobre o avô e sua paixão pelo futebol. “Minha avó contava que, quando eu tinha dez meses ou um ano, quebrávamos vasos jogando bola. Talvez sejam lembranças que eu não guarde, mas sempre tive muito orgulho do meu avô. Ele conseguiu viver do futebol, e isso está no sangue, faz parte da família”.

Para Agustín, o confrontona Recopa Sul-Americana ganha um significado ainda mais especial. “Fico feliz por relembrá-lo, por trazê-lo à tona. Seria incrível conhecer mais sobre essa faceta da vida dele. São coisas pelas quais devo ser sempre grato”, afirmou.