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“Autorizado pela Fifa”: Gramado sintético do Botafogo na mira

Almada e alex telles. Botafogo x Cuiaba pelo Campeonato Brasileiro no Estadio Nilton Santos. 09 de Novembro de 2024, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Vitor Silva/Botafogo.
Foto: Vitor Silva/Botafogo.

O debate sobre a utilização de gramado sintético no futebol brasileiro volta a ganhar destaque. Com a adesão de jogadores como Neymar, Gabigol, Philippe Coutinho e Lucas Moura, além de declarações de técnicos e comentaristas, a discussão levanta questionamentos sobre o impacto desse tipo de piso na saúde dos atletas e na qualidade do jogo.

O jornalista André Rizek, do programa “Seleção SporTV”, comentou a movimentação dos jogadores contrários ao gramado sintético e a classificou como “inócua”. Segundo ele, a FIFA já autoriza o uso desse tipo de gramado e realiza inspeções anuais para garantir a qualidade dos campos. Para Rizek, a tendência é que mais estádios adotem essa tecnologia, especialmente porque facilita a realização de eventos e shows sem comprometer a estrutura do campo como é o caso do Nilton Santos, do Botafogo. Ocorreu apresentação da internacional Shakira recentemente.

— Até onde eu sei dessa história, ela é inócua, porque a grama sintética é autorizada pela FIFA. Basta ter uma inspeção, que acontece normalmente em abril, e ela dá o OK — afirmou Rizek.

Neymar em ação pela seleção brasileira. Foto: CBF
Neymar lidera revolta. Foto: CBF

O jornalista também ressaltou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não tem mostrado interesse em vetar o gramado sintético, citando exemplos de estádios que já adotaram essa mudança, como o Allianz Parque (Palmeiras), Arena da Baixada (Athletico-PR) e Estádio Nilton Santos (Botafogo). O Pacaembu, recentemente reformado, também optou pelo gramado artificial, e o Atlético-MG pode ser o próximo clube a aderir à tendência.

Opiniões divergentes

Apesar da autorização da FIFA, o uso do gramado sintético divide opiniões. O ex-jogador e comentarista Júnior, que também participou da discussão no SporTV, afirmou ser contra esse tipo de gramado, apontando impactos na saúde dos atletas. Segundo ele, as lesões de ligamento cruzado e menisco são mais frequentes nesse tipo de piso.

— Eu tenho um amigo que diz que quem gosta de gramado sintético é ortopedista. O que tem de intervenção cirúrgica, de cruzado, de menisco… — comentou Júnior.

Mesmo sendo contrário ao gramado sintético, o comentarista ponderou que o campo do Botafogo tem um diferencial em relação a outros estádios.

Alex Telles do Botafogo em campo
Foto: Vitor Silva / Botafogo

— Por exemplo, por que o pessoal do Botafogo chama de tapetinho? Porque realmente parece um tapetinho. Acho que a influência que você tem ali no jogo em si é menor do que em outros estádios — concluiu.

Movimento dos jogadores

Nos últimos dias, jogadores renomados se uniram contra o uso de gramado sintético, alegando riscos à saúde e impacto no desempenho. Em um comunicado, atletas como Neymar e Philippe Coutinho afirmaram que “o gramado sintético não deveria nem ser uma opção”.

Além disso, o técnico do São Paulo também pediu um debate mais aprofundado sobre o tema, alegando que “quem mais pode perder é o jogador”.

Enquanto os atletas tentam ganhar voz na discussão, a tendência no Brasil parece seguir o caminho oposto, com mais estádios adotando o gramado sintético. Clubes e administradores argumentam que essa escolha reduz custos de manutenção e amplia a utilização dos estádios para eventos variados.

Diante desse cenário, resta saber se a mobilização dos jogadores será capaz de gerar mudanças ou se o futebol brasileiro seguirá a tendência de outros países, onde o uso do gramado sintético vem crescendo nos últimos anos. O Botafogo está de olho e feliz com seu tapetinho…