A poucas horas da semifinal entre Botafogo e Peñarol pela Copa Libertadores, uma decisão de segurança do Ministério do Interior do Uruguai criou um impasse ao proibir a presença da torcida botafoguense no Estádio Campeón del Siglo. O Ministério, justificando a medida com base em incidentes ocorridos no jogo de ida no Rio de Janeiro, argumentou que o “clima de guerra” gerado na ocasião, com confrontos que envolveram até famílias e crianças, justificou a proibição dos torcedores visitantes.
O setor, então, seria destinado apenas aos fãs do Peñarol. No entanto, a Conmebol interveio, exigindo que o Peñarol permita a entrada dos torcedores do Botafogo, ameaçando impor sanções caso a decisão não seja revertida, com alternativas drásticas como a realização do jogo sem público ou até sua transferência para outro país.
O presidente do Peñarol, Ignacio Ruglio, pronunciou-se firmemente contra a exigência da Conmebol, reiterando o desejo do clube de jogar em casa e com sua torcida.
Em comunicado, Ruglio declarou que “Peñarol não foi o responsável pelos acontecimentos no Rio, onde sua torcida apenas reagiu a ataques sofridos em diversos pontos da cidade.”
Segundo ele, o clube vai defender seu direito de disputar o jogo com o apoio de seus fãs, que teriam sido “vítimas de zonas liberadas” no Brasil, algo comprovado por vídeos. A decisão de proibir a presença de torcedores do Botafogo, segundo ele, partiu do Ministério do Interior e está fundamentada em dados de inteligência que apontam o risco de confrontos no estádio.

Ruglio confirmou também a realização de uma reunião urgente do Conselho Diretivo do Peñarol para definir a resposta à Conmebol. Ele destacou que a carta recebida da entidade foi enviada ao Ministério do Interior, à AUF e ao próprio Peñarol, exigindo que o jogo ocorra com público de ambas as torcidas. “Vamos lutar juntos pelo direito de ter nossa torcida presente”, afirmou Ruglio, destacando o histórico de “atropelos sofridos em solo brasileiro” como motivo para o clube buscar a segurança de seus torcedores em casa.
No entanto, o Ministro do Interior indicou que manterá a proibição da torcida do Botafogo no Uruguai, reforçando que “não se trata de uma decisão do Peñarol, mas de uma medida do Ministério baseada em segurança.” As próximas horas serão decisivas, com a Conmebol pressionando pela presença das duas torcidas e o Peñarol buscando alternativas que não afetem o apoio de sua torcida no confronto que decidirá o futuro do clube na competição continental.

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