A comentarista Jéssica Cescon, do programa Troca de Passes, do SporTV, apontou que a ausência de um treinador efetivo está impactando negativamente o Botafogo neste início de temporada. Segundo Jéssica, o clube, que teve um 2024 histórico com a conquista do Brasileirão e da Libertadores, começa a perder sua essência e o DNA que o consagrou. A análise foi feita após a derrota por 2 a 0 para o Madureira, em partida disputada no Espírito Santo sob o comando do interino Carlos Leiria.
“Quando um time começa a desencaixar, você coloca em risco muita coisa. O Botafogo vem de uma batida muito boa, de uma identidade, DNA, todo mundo sabe como o Botafogo joga, no que o Botafogo acredita. Mas inicia a temporada, mesmo com um time alternativo, ou jogando com o time titular, e a gente percebe que as movimentações que faziam o Botafogo ter, em vários momentos do ano passado, o melhor futebol do Brasil vão se perdendo pouco a pouco. Sem ter um treinador na beira do campo, essa essência vai se perdendo. E aí? Acho que esse é o principal ponto”, avaliou.
Preocupações com planejamento
Para a comentarista, embora o clube tenha justificativas para dar menos atenção ao Campeonato Carioca e adiar algumas contratações, a falta de um treinador no comando pode comprometer o modelo de jogo que deu tão certo na última temporada.

“Uma equipe que foi campeã brasileira e campeã da Libertadores pode se dar o luxo de deixar o Carioca de lado, pode priorizar o restante do ano, a temporada é longa, o Estadual atrapalha essa temporada, tudo certo quanto a isso. Quer esperar um pouco mais para contratar jogadores, porque ali na frente vai ter um melhor momento de janela, porque agora tá tudo inflacionado? Também concordo com isso. Mas você não ter um comandante para assegurar um modelo do jogo, para estar lapidando, não deixar se perder a essência que fez o Botafogo campeão, acho que isso é grave e pode influenciar bastante.”
O Botafogo encara a Recopa Sul-Americana contra o Racing nos dias 20 e 27 de fevereiro, e Jéssica alerta para os desafios que o novo técnico enfrentará ao assumir o time em meio à temporada.

“Pode ser que chegue esse treinador com o time já totalmente desmantelado, e você fazer esse time criar liga de novo é muito complicado. A gente vê como é difícil, às vezes, uma equipe mesmo recheada de talentos fazer esse time jogar bem. Não é fácil. Acho que esse é o principal perigo que hoje o Botafogo enfrenta, de estar vendo, pouco a pouco, aquele bom futebol de extrema qualidade, de movimentos automatizados, ir se perdendo ao longo das rodadas”, concluiu.
Com a proximidade de uma decisão internacional, a torcida e os analistas esperam que o Botafogo consiga reorganizar seu modelo de jogo e manter o alto nível apresentado no último ano.
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