Botafogo no Maracanã e vem mosaico gigante, mas quem está por trás? Descubra!

O próximo fim de semana promete ser especial para os torcedores do Botafogo, que além do confronto contra o Criciúma pela 30ª rodada do Brasileirão, preparam um grande mosaico no Maracanã. Algo que vem se tornando uma tradição. A organização é do Movimento “Ninguém Ama Como a Gente“, o qual busca transformar o estádio em uma celebração da paixão alvinegra, com a participação dos botafoguenses na montagem dessa obra de arte coletiva. As inscrições para voluntários estão abertas, e a mobilização é intensa para concluir tudo a tempo. Mas, quem está por trás de tudo isso? Como é feito?

Lara di Mello é a responsável por dar vida ao design dos mosaicos e à comunicação visual das páginas do Movimento “Ninguém Ama Como a Gente”. Como coordenadora de Comunicação, ela lidera a criação de todos os materiais gráficos, desde produtos e bottons até artes para redes sociais e faixas de mureta. Sua função é transformar as demandas dos diversos setores em elementos visuais que traduzem a identidade do Movimento e do Botafogo, garantindo que cada peça comunique a essência do grupo de forma clara e impactante.

Álvaro Tàllarico: Como você adapta o design para as limitações e características das arquibancadas do estádio?

Lara di Mello: Pensamos constantemente sobre as características específicas da arquibancada que estamos trabalhando. Cada estádio tem suas nuances, e é importante considerar tudo isso para adaptar um desenho para mosaico. Procuramos sempre que possível não deixar uma parte fundamental do desenho sobre escadas e túneis, além de entender o público de jogo para direcionar nossa comunicação e operação para contornar qualquer desafio.

Quando se trata de criar um mosaico de grande escala para um evento importante, um dos maiores desafios é a complexidade dos mosaicos dupla face. Lara explica que esse tipo de projeto requer o dobro de esforço, com dois desenhos, dois projetos e duas operações acontecendo ao mesmo tempo.

“Com certeza o maior desafio é um mosaico dupla face, pois o trabalho inteiro é dobrado”, diz Lara.

Álvaro Tallarico: Quanto tempo leva para desenvolver o conceito e o design final do mosaico?

Lara di Mello: A partir do momento que fechamos a ideia, que muitas vezes vem de sugestões na internet, eu começo a ilustração. Entre o desenho pronto e o projeto finalizado, demora em média uns 3 dias.

O movimento “Ninguém Ama Como a Gente” tem um papel fundamental no processo criativo. Segundo Lara, a diversidade de desafios que surgem dentro do movimento ajuda no aperfeiçoamento profissional. O trabalho coletivo é essencial, com diferentes opiniões enriquecendo as decisões. Essa troca constante de ideias torna a comunicação com a torcida ainda mais forte.

Álvaro Tàllarico: Qual é o papel das cores e dos detalhes visuais no impacto final do mosaico para a torcida?

Lara di Mello: Com o tempo, vimos como o uso de cores é um diferencial nas artes para arquibancada. Muitos clubes se limitam às cores principais, o que empobrece o design. Usamos essa ferramenta para inovar e levar o nome do Botafogo para todos os lugares.

Na criação dos mosaicos, as referências históricas e homenagens são sempre levadas em conta. Lara menciona que o Botafogo, sendo um clube do Rio de Janeiro, do Brasil e da América Latina, busca refletir essa identidade em suas criações. A música também é uma grande fonte de inspiração, com trechos de Planet Hemp, BaianaSystem e até o “Samba do Avião” aparecendo nas campanhas visuais.

Álvaro Tàllarico: Como você orienta os voluntários na montagem do mosaico para garantir que ele saia conforme o design planejado?

Lara di Mello: É uma operação muito complexa e cheia de detalhes. É sempre importante ressaltar que é um trabalho coletivo de muitas mãos, e só dá certo pela sagacidade geral da torcida do Botafogo. Costumamos dizer que no dia anterior ao jogo organizamos as placas, e no dia do jogo organizamos as pessoas.

Os materiais usados nos mosaicos são cuidadosamente selecionados para garantir qualidade e impacto visual. Lara destaca que o movimento usa um tipo de papel diferenciado, com gramatura, impressão e tamanho que asseguram clareza no desenho, elevando o padrão dos mosaicos.

A expectativa de Lara para a recepção da torcida e o impacto visual do mosaico é alta. Ela acredita que o trabalho é feito para os mais de 5 milhões de botafoguenses espalhados pelo Brasil e busca sempre compreender e adaptar o desejo do torcedor. Porém, reconhece que algumas limitações, como regulamentos de competições, podem restringir certas ações, e espera que a torcida entenda que cada detalhe é em prol do Botafogo.

Álvaro Tàllarico: Qual mensagem você espera transmitir aos torcedores e jogadores através desses mosaicos?

Lara di Mello: Queremos sempre tocar a torcida e o time, interferir no resultado, mesmo sem entrar em campo. Queremos fazer do Nilton Santos a casa do Botafogo e do botafoguense, e dar motivo para o torcedor sentir orgulho de sua torcida.

Além do que se vê nas arquibancadas, há muitos detalhes nos bastidores que fazem toda a diferença. Lara destaca a operação intensa no dia do jogo, que leva em consideração fatores como o horário da partida, a venda de ingressos e as ações externas ao estádio. A comunicação online, através do “Guia da Arquibancada”, é fundamental para orientar os torcedores e garantir que todos estejam no lugar certo para que a arte do mosaico ganhe vida, elevando ainda mais a visibilidade da marca Botafogo.

Afinal, o trabalho do Movimento “Ninguém Ama Como a Gente” vai além da criação de mosaicos nas arquibancadas; ele representa a paixão e o compromisso de uma torcida que vive e respira o Botafogo. Com dedicação e criatividade, transformam cada jogo em um espetáculo único, repleto de cores, arte e emoção. A cada nova montagem, a equipe e os voluntários do Movimento enfrentam os desafios com determinação, garantindo que cada detalhe traduza o amor alvinegro. Essa união entre torcida, clube e arte faz do Botafogo não apenas um time, mas uma verdadeira comunidade, onde cada mosaico se torna uma manifestação de orgulho e pertencimento. A paixão do Movimento transcende os limites do estádio, mostrando que, realmente, ninguém ama como eles.