Aquele gol poético nos acréscimos com Maracanã lotado. Cena de cinema. Depois de muitas chances que pararam no goleiro adversário, seria a glória merecida. Mas o empate entre Botafogo e Criciúma nesta sexta-feira (18/10), pela 30ª rodada do Brasileirão 2024, trouxe à tona um cenário familiar. Mais uma vez, o Botafogo abriu o placar no final, apenas para sofrer o empate logo em seguida. Foi a tal da desatenção defensiva, tão comentada em 2023, que pareceu se repetir. Mas não. O Botafogo de Artur Jorge dá sinais claros de que está mais preparado para lidar com essas adversidades em 2024.
Tiquinho Soares marcou o gol com oportunismo, lembrando o atacante que tanta alegria já nos deu. A vitória parecia certa, era fim de jogo já, né? No entanto, 51 segundos depois, o Criciúma aproveitou um erro coletivo e Felipe Vizeu empatou o jogo, trazendo uma sensação ruim para os torcedores alvinegros. De novo não… A semelhança com o empate contra o Coritiba, em 2023, é inegável, mas o que mudou é a resposta do time.
Logo após o empate, o Botafogo continuou pressionando, algo que seria impensável no passado recente, pois o tima sentia o baque. Dessa vez não, o Fogão partiu para cima. Rodrigo, goleiro do Criciúma, fez uma defesa milagrosa em cabeçada de Tiquinho Soares, e no rebote, Alexander Barboza chegou a balançar as redes. Emoção total. A torcida explodiu lindamente, afinal, merecia essa alegria depois da festa belíssima em preto e branco, com toque de outubro rosa. Contudo, o gol foi anulado por toque de mão. Acertadamente, convenhamos, apesar da polêmica. A bola bateu nas duas mãos do jogador, mesmo sem querer.
O Botafogo de 2024 é mais coeso e resiliente
O negócio é que o time mostrou garra e persistência, características que indicam uma mudança de postura em relação ao ano anterior. Inevitavelmente vem as comparações com 2023, isso gera mídia, e tem muito mais gente contra o Botafogo do que a favor. Porém, as declarações após a partida mostram que o grupo está mentalmente mais forte. John Textor, dono da SAF do clube, foi firme em suas palavras, classificando a pergunta sobre traumas passados como “estúpida”. Alexander Barboza, que não fazia parte do elenco no ano passado, também reforçou que o time está focado no presente e nas próximas competições.
Em campo, o Botafogo enfrentou dificuldades semelhantes às do jogo contra o Grêmio, em Brasília. O Criciúma se fechou na defesa com uma marcação muito compacta, dificultando a criação de jogadas perigosas. O Alvinegro dominou, mas faltou eficácia para furar o bloqueio defensivo, faltou eficiência, faltou o heroísmo do Quarteto Fantástico. Savarino e Thiago Almada tiveram atuações abaixo do normal. E, no geral, os atacantes não conseguiram se desvencilhar bem da marcação do Criciúma.
Marlon Freitas foi um dos poucos que conseguiu criar boas oportunidades com lançamentos precisos, enquanto Vitinho jogou mal demais, ainda não está no seu melhor.
A notícia boa é que esse Botafogo 2024 não se abala facilmente. O time é mais resiliente e pronto. A frustração do empate é óbvia, mas faz parte num campeonato assim. No Brasileirão, o perigoso Palmeiras segue na cola, porém, não há medo.
O foco agora é o sonho da Libertadores, o qual tem tudo para virar realidade. O Peñarol-URU tem tradição, é um time chato, mas o Glorioso tem mais time no papel e muitas possibilidades de fazer um bom resultado na quarta-feira (23), pelo jogo de ida da semifinal.
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