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Gestão de John Textor no Botafogo levanta polêmicas entre Brasil e França; entenda o caso

John Textor em coletiva na apresentação de Vitinho e Adryelson. (Foto: Vitor Silva)
Apresentação de Vitinho e Adryelson (Foto: Vitor Silva)

O Botafogo, que encerrou 2024 com títulos históricos como o Brasileirão e a Libertadores, começa 2025 em meio a uma enxurrada de críticas relacionadas à sua gestão financeira. A comentarista Alicia Klein, do portal UOL, levantou questionamentos sobre atrasos nos pagamentos de premiações e salários, ligando a situação às operações entre o clube carioca e o Lyon, ambos sob a gestão de John Textor e sua Eagle Football.

Os atrasos no pagamento de premiações, combinadas antes mesmo do encerramento da temporada passada, têm gerado insatisfação no elenco. Segundo Alicia Klein, a justificativa do Botafogo de que o dinheiro da Conmebol só foi recebido em 27 de dezembro e que as premiações seriam quitadas até 20 dias úteis não convenceu os jogadores, muitos dos quais ameaçam não se reapresentar no próximo dia 14.

A jornalista destacou ainda que não apenas os atletas que ainda fazem parte do elenco estão cobrando os valores, mas também ex-jogadores e até mesmo ex-técnicos, como Bruno Lage, que deixou o clube em 2024 e teria cerca de R$ 3 milhões a receber.

Textor e Arouch na assinatura do contrato. (Foto: Vitor Silva/Botafogo)
Textor e Arouch na assinatura do contrato. (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

Relação com o Lyon e críticas internacionais

Outro ponto polêmico levantado por Klein é o suposto uso de recursos do Botafogo para cobrir dívidas ou operações do Lyon. Segundo fontes na França, clubes locais têm se mostrado irritados com transações entre Botafogo e Lyon, especialmente a transferência de jogadores adquiridos por valores elevados e repassados ao clube francês por valores reduzidos ou sem custo. Essa prática, na visão dos franceses, seria uma tentativa de burlar as regras de Fair Play Financeiro da UEFA.

A relação entre Botafogo e Lyon tem gerado desconfiança entre clubes franceses, que veem nessas operações uma forma de beneficiar o clube europeu às custas do time carioca. Jogadores como Thiago Almada e outros reforços caros do Botafogo são exemplos dessa prática, que levanta dúvidas sobre a sustentabilidade do modelo de gestão.

ohn Textor e Pedro Martins. Apresentacao Adryelson e Vitinho do Botafogo, Estadio Niltos Santos. 04 de Setembro de 2024, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Vitor Silva/Botafogo.
John Textor com Adryelson e Vitinho no Estadio Nilton Santos. (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

O desmonte após a temporada vitoriosa

A comentarista também mencionou o “desmonte” que o Botafogo enfrenta após a temporada de sucesso. Saídas de jogadores importantes e o atraso no cumprimento de obrigações financeiras indicam dificuldades em manter um projeto de longo prazo no clube. Alicia Klein enfatizou a necessidade de maior responsabilidade por parte da administração, ressaltando que atrasos no pagamento de premiações e salários são práticas comuns no futebol brasileiro, mas não deveriam ser normalizadas, especialmente em um clube que arrecadou grandes valores em 2024.

Klein destacou ainda a união dos jogadores, que têm se mobilizado para pressionar a diretoria. A ameaça de não reapresentação no dia 14 de janeiro é vista como um movimento legítimo para cobrar direitos, mesmo que envolva atletas que já deixaram o clube. A comentarista finalizou alertando para o impacto negativo que a situação pode ter na imagem do clube e na preparação para a temporada 2025.