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Opinião: Derrota para Universidad de Chile expõe a urgência que o Botafogo precisa entender

Universidad de Chile x botafogo time
Foto: Vitor Silva/BFR

O Botafogo perdeu na estreia da Libertadores. Por mais que a internet e a impaciência do torcedor impulsione análises rápidas, nem tudo se resolve com dois jogos. Santiago Rodríguez, por exemplo, ainda não atingiu 100% fisicamente nem se adaptou ao ritmo do futebol brasileiro. Mesmo assim, já virou alvo de críticas superficiais. E digo com tranquilidade: o primeiro tempo do meia uruguaio contra a Universidad de Chile não foi ruim. Se movimentou, achou espaços e um bom passe para Igor Jesus. Está claro que tem qualidade — só precisa de tempo. E sim, o Botafogo vai precisar dele.

O Botafogo vence o Universidade do Chile pela estreia da Libertadores 2025?

Por outro lado, o próprio clube não pode se esconder atrás de processos lentos. O início da temporada foi jogado fora e a janela internacional estava aberta. A carência de um meia armador é clara há meses. E mais: o elenco também precisa de pontas com características diferentes.

A janela doméstica fecha no dia 11. Ainda há tempo — pouco, mas há.

É preciso agir. Não dá pra achar que Patrick de Paula vai resolver. É um jogador mais maduro, destaque na temporada, compõe bem o elenco, mas não é o armador que o Botafogo necessita. Muito menos dá para confiar em improvisações ou promessas que ainda não renderam.

O segundo tempo contra a La U foi um retrato do que não pode mais acontecer: Artur entrou mal, Matheus Martins segue disperso, inefizaz. Jeffinho até tentou, mas foi inofensivo. A defesa cochilou no lance do gol. O time parecia acreditar que resolveria o jogo a qualquer momento — só que esse momento nunca veio. Ou melhor, veio. Para o time chileno. E, pior, tudo ainda terminou com uma expulsão infantil que compromete o próximo jogo.

igor jesus botafogo chile
Foto: Vitor Silva/BFR

A crítica sobre Igor Jesus, aliás, precisa de ponderação. Ele errou, foi infantil, claro. Mas no geral é um dos que mantém alguma regularidade no Botafogo. O oportunismo de parte da torcida em crucificar o atacante apenas por um erro é sintoma do imediatismo raso. A expulsão foi grave, porém usar isso como desculpa para apagar tudo que ele vem fazendo é falta de noção.

Entretanto, é hora de acordar. A Libertadores já começou e o Brasileirão também. A posse de bola do time é elogiada, contudo, sem efetividade, de nada serve. Se o Botafogo quiser manter o status de protagonista que tanto lutou para conquistar em 2024, precisa agir — no mercado e no campo. Porque o tempo da paciência não pode ser o mesmo da omissão.

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