Garrincha

Garrincha começou a jogar futebol ainda criança, nos campos de terra de Pau Grande. Sua habilidade em driblar adversários era evidente desde cedo, e em 1953, aos 19 anos, ele foi levado para o Botafogo. Inicialmente visto com desconfiança devido às suas pernas tortas e estilo irreverente, Garrincha rapidamente conquistou seu espaço no time principal do Botafogo. Sua estreia pelo clube carioca aconteceu em 1953, e ele logo se destacou por seus dribles imprevisíveis e velocidade.

No Botafogo, Garrincha formou uma das duplas de ataque mais temidas da história do futebol brasileiro ao lado de Nilton Santos. Ele ajudou o clube a conquistar diversos títulos importantes, incluindo os Campeonatos Cariocas de 1957, 1961 e 1962. Sua habilidade em desconcertar os defensores adversários com dribles rápidos e inesperados fez de Garrincha uma figura central nas conquistas do Botafogo. Ele se tornou um símbolo de alegria e criatividade no futebol, encantando torcedores e críticos com seu estilo único.

A carreira de Garrincha atingiu o auge na Seleção Brasileira. Ele foi convocado pela primeira vez em 1955 e fez parte do elenco que conquistou a Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Naquela edição, ao lado de Pelé, Garrincha brilhou, encantando o mundo com suas jogadas mágicas. Sua atuação nas semifinais contra a França e na final contra a Suécia foi fundamental para o Brasil conquistar seu primeiro título mundial.

Garrincha voltou a ser protagonista na Copa do Mundo de 1962, no Chile. Com Pelé lesionado, ele assumiu a responsabilidade e liderou a Seleção Brasileira rumo ao bicampeonato. Seus dribles desconcertantes e gols decisivos o tornaram o melhor jogador do torneio. Garrincha foi o artilheiro da Copa de 1962 e eleito o melhor jogador da competição, consolidando-se como um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Apesar de seu enorme talento, a carreira de Garrincha também foi marcada por problemas fora de campo. Seu estilo de vida boêmio e a falta de cuidados com a saúde acabaram prejudicando sua trajetória. Ele deixou o Botafogo em 1965 e passou por diversos clubes, incluindo Corinthians, Flamengo, Portuguesa-RJ e times menores, mas nunca conseguiu repetir o sucesso de seus anos no Botafogo.

Garrincha encerrou sua carreira no início da década de 1970. Infelizmente, seus últimos anos foram marcados por dificuldades financeiras e problemas de saúde. Ele faleceu em 20 de janeiro de 1983, aos 49 anos, deixando um legado imensurável para o futebol mundial.

O legado de Garrincha vai além dos títulos e dos dribles inesquecíveis. Ele é lembrado como um símbolo da alegria do futebol, um jogador que encantou o mundo com sua habilidade única e irreverência em campo. No Botafogo, ele é eternamente reverenciado como um dos maiores ídolos da história do clube. Para os torcedores alvinegros e amantes do futebol em geral, Garrincha será sempre o “Anjo das Pernas Tortas”, um gênio que transformou o futebol em arte.

• Torneio Rio-São Paulo: 1962 e 1964
• Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo: 1961
• Campeonato Carioca: 1957, 1961 e 1962
• Torneio Início do Campeonato Carioca: 1961, 1962 e 1963
• Torneio Rio-São Paulo: 1966
• Taça Bernardo O’Higgins: 1955, 1959 e 1961
• Superclássico das Américas: 1957
• Taça Oswaldo Cruz: 1958, 1961 e 1962
• Copa do Mundo FIFA: 1958 e 1962
• Melhor jogador do Campeonato Carioca: 1957, 1961 e 1962
• Melhor Jogador da Copa do Mundo FIFA: 1962
• Seleção da Copa do Mundo da FIFA: 1958 e 1962
• Seleção do Ano (World Soccer): 1962
• Hall da Fama da FIFA: 1999
• Seleção da América do Sul do Século XX (IFFHS): 2000
• Hall da Fama do Futebol Mexicano: 2011
• Lendas do Futebol (IFFHS): 2016
• Bola de Ouro Dream Team (Segunda Equipe): 2020
• Maior ídolo da História do Botafogo (O Globo): 2020