O Estádio Nilton Santos, popularmente conhecido como Engenhão, é uma das mais icônicas arenas do futebol brasileiro, localizada no bairro do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Sua história começa nos preparativos para os Jogos Pan-Americanos de 2007, quando a Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu construir um novo estádio para sediar o evento. A obra, iniciada em 2003, foi concluída em 2007, ao custo de aproximadamente R$ 380 milhões.
O projeto arquitetônico, assinado pela empresa Carlos Porto & Architekten, destaca-se pelo design moderno e funcional. Com uma capacidade original de cerca de 46 mil espectadores, o Engenhão rapidamente se tornou um dos principais estádios do Brasil. O nome oficial, Estádio Olímpico João Havelange, foi uma homenagem ao ex-presidente da FIFA, uma figura controversa no cenário esportivo global.
A inauguração do estádio ocorreu em 30 de junho de 2007, em uma partida entre Botafogo e Fluminense, válida pelo Campeonato Brasileiro. O Botafogo venceu por 2 a 1, com dois gols de Dodô, marcando o início de uma relação especial entre o clube e o estádio. Inicialmente, o Engenhão foi utilizado por diversos clubes cariocas, incluindo Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama, que disputavam seus jogos no local enquanto o Maracanã passava por reformas.
Em 2009, o Botafogo assumiu a administração do estádio, firmando um contrato de concessão por 20 anos. O clube alvinegro encontrou no Engenhão um verdadeiro lar, onde passou a mandar a maioria de seus jogos. Foi também nesse período que o estádio começou a ser chamado carinhosamente de “Nilton Santos”, em homenagem ao lendário jogador do Botafogo e da Seleção Brasileira, considerado um dos maiores laterais da história do futebol.
A primeira grande competição internacional sediada pelo estádio foi o Campeonato Mundial de Atletismo Master de 2013, um evento que trouxe atletas de diversas partes do mundo ao Rio de Janeiro. No entanto, foi durante os Jogos Olímpicos de 2016 que o estádio ganhou destaque global. Rebatizado oficialmente como Estádio Nilton Santos em 2015, ele foi o palco das competições de atletismo e de algumas partidas de futebol. A estrutura passou por melhorias significativas, aumentando sua capacidade para cerca de 60 mil espectadores, e recebendo elogios por sua funcionalidade e beleza arquitetônica.
O Engenhão enfrentou diversos desafios ao longo de sua história. Em 2013, o estádio foi interditado devido a problemas estruturais na cobertura, que apresentava riscos de desabamento. A interdição durou quase dois anos, e o estádio só foi reaberto em 2015, após uma série de reformas que incluíram a substituição da cobertura original por uma nova, mais segura e moderna.
Apesar das adversidades, o estádio continuou a ser um importante centro esportivo e cultural. Além dos eventos esportivos, o Nilton Santos também sediou grandes shows e concertos, atraindo artistas de renome internacional e consolidando-se como um dos principais palcos culturais do Rio de Janeiro.
Em campo, o Botafogo viveu momentos memoráveis no Nilton Santos. Entre os mais destacados estão as conquistas dos títulos estaduais, como o Campeonato Carioca de 2010, quando o time derrotou o Flamengo na final, e a emocionante vitória na Taça Guanabara de 2015, que garantiu ao clube o título estadual daquele ano. O estádio também foi o cenário de jogos históricos pela Copa Libertadores e pela Copa Sul-Americana, competições nas quais o Botafogo teve participações de destaque.
A relação entre o Botafogo e o estádio é marcada por uma profunda conexão emocional. O nome “Nilton Santos” não apenas homenageia um dos maiores ídolos do clube, mas também simboliza a grandeza e a tradição do Botafogo no cenário do futebol brasileiro. O estádio se tornou um verdadeiro templo alvinegro, onde gerações de torcedores vibram, sofrem e comemoram juntos, fortalecendo ainda mais os laços com o clube.
Nos últimos anos, o Nilton Santos passou por novas melhorias, com investimentos em modernização e infraestrutura. O objetivo é transformá-lo em um estádio multiuso, capaz de receber uma ampla variedade de eventos, desde partidas de futebol até shows e eventos culturais. Com isso, o estádio não só fortalece a posição do Botafogo no cenário esportivo, mas também contribui para o desenvolvimento cultural e econômico da cidade do Rio de Janeiro.
Em resumo, o Estádio Nilton Santos, com sua história rica e cheia de momentos marcantes, é um símbolo de resistência e renovação. Desde sua construção para os Jogos Pan-Americanos até se tornar a casa do Botafogo, passando por desafios estruturais e sediando eventos de porte internacional, o Nilton Santos se consolidou como uma peça central no panorama esportivo e cultural do Brasil. Seu legado continua a crescer, impulsionado pela paixão dos torcedores e pela constante busca por inovação e excelência.