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Opinião: R$ 500 milhões e nenhuma resposta; o caos silencioso no Botafogo de Renato Paiva

A serenidade ajuda a analisar, mas não pode esconder o que salta aos olhos: o Botafogo de Renato Paiva é um time perdido. Não há um jogador que funcione em alto nível. O que se vê é um coletivo travado, dependente do improviso e sem intensidade — uma queda drástica para quem terminou 2024 como campeão do Brasil e da América.

Paiva. Atletico MG x Botafogo pelo Campeonato Brasileiro no Estadio Mineirao. 20 de Abril de 2025, Belo Horizonte, MG Brasil. Foto: Vitor Silva/Botafogo.
Paiva. Foto: Vitor Silva/BFR

O dado é cristalino: 38,1% de aproveitamento em sete jogos, com apenas seis gols marcados. O número que mais assusta, no entanto, está na estatística de finalizações: o time precisa de 16 chutes para fazer um gol. Ou seja, cria mal, finaliza pior e desperdiça as poucas oportunidades que tem — sete grandes chances perdidas em nove criadas.

Botafogo e São Paulo ficam no empate no Nilton Santos. Foto: Vitor Silva.
Botafogo e São Paulo ficam no empate no Nilton Santos. Foto: Vitor Silva.

Paiva teve algum tempo. Teve sua pré-temporada. Teve um mês inteiro de trabalho. Mas não deve ser o único culpado. Foi falha de planejamento geral. Três títulos jogados fora, que o clube escolheu não disputar no primeiro semestre. Dois seriam inéditos.

Atualmente, o Botafogo parece um bonde desgovernado.

A defesa, que já foi referência, caiu demais. Sim, perdemos Bastos para uma lesão, e ele estava voando, mas é aí que deveria entrar a mão do técnico.

Bastos botafogo Foto Vitor Silva Botafogo
Bastos (Foto: Vitor Silva -Botafogo)

Ainda por cima, a bola parada, que já foi arma, virou dor de cabeça. E o meio-campo, antes dominante com Gregore e Marlon Freitas, hoje se arrasta. Até Alex Telles, que chegou como reforço de peso, parece ter desaprendido a jogar.

O treinador, demitido no Bahia e sem grandes credenciais, simplesmente não conseguiu entender o clube que tem em mãos. Nem montou um time competitivo, nem soube adaptar os talentos que recebeu. Pior: os R$ 500 milhões investidos em reforços não se refletem em campo. Há buracos no elenco, atletas caros encostados, e uma rotação que não faz sentido.

Se perder para o Estudiantes e para o Fluminense, o cenário pode sair do controle. A gestão precisa parar de tratar com benevolência quem não entrega. 2024 passou. Agora é 2025. E o Botafogo, que chegou ao topo, tem uma queda vertiginosa.

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