Equipe de Renato Paiva é dominada pelo Bragantino, sofre com pressão alta e expõe limitações táticas e individuais na derrota
O Botafogo saiu de Bragança Paulista com mais do que uma derrota por 1 a 0 para o Red Bull Bragantino: voltou com um alerta ligado. Em sua terceira partida pelo Brasileirão, o time comandado por Renato Paiva foi engolido pela intensidade do adversário e teve uma das piores atuações do ano. A pressão alta imposta pelo Massa Bruta escancarou a fragilidade da saída de bola do Glorioso e a dificuldade de adaptação de um esquema que ainda parece travar as virtudes dos principais jogadores da equipe.

A escalação inicial já dava sinais de alerta. Patrick de Paula é um bom volante, pode chegar de surpresa no ataque, fazer gols, porém, mais uma vez jogou na função de meia avançado. Aí não. Ainda por cima, Artur ficou isolado e o time, engessado. Savarino, deslocado para a ponta, teve desempenho apagado. Não é a dele. Todo mundo sabe.
Igor Jesus até criou algo em jogadas isoladas, mas foi figura solitária diante de um meio de campo incapaz de construir com qualidade. O Botafogo não encontrou rotas de saída e abusou de lançamentos forçados, erro repetido de Barboza, um dos mais pressionados em campo.

Pelas laterais, o cenário não foi muito melhor. Alex Telles teve atuação desastrosa. Perdeu disputa corporal decisiva no lance do escanteio que originou o gol do Bragantino e foi facilmente superado por Jhon Jhon na jogada. Vitinho, na direita, também teve jornada infeliz, sem presença ofensiva e vulnerável na marcação. A entrada de Cuiabano e Mateo Ponte deu algum respiro, mas não foi suficiente para mudar o panorama.

As trocas feitas por Paiva no segundo tempo surtiram pouco efeito prático. Embora Matheus Martins e Santiago Rodríguez tenham tentado oferecer mais mobilidade, a estrutura tática manteve a equipe travada. O treinador voltou a demonstrar resistência em ajustar o desenho tático mesmo diante da evidente superioridade do adversário. Convenhamos que isso é algo que precisa mudar com urgência diante de rivais mais bem organizados.
A derrota mantém o Botafogo com quatro pontos em três rodadas e acende o sinal de alerta. O elenco tem qualidade, mas as escolhas de Renato Paiva e o desequilíbrio entre defesa e meio-campo seguem como preocupações. Se quiser lutar pelas primeiras posições como em 2024, o time precisa encontrar soluções mais dinâmicas. Com celeridade.
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