O Botafogo teve um péssimo início de temporada. Depois da saída de Artur Jorge para o Al-Rayyan, o time teve como interinos Carlos Leiria e Carlos Caçapa até a chegada de Renato Paiva. Ele chega ao clube cercado de expectativas e desafios. Ainda mais porque sabemos que não era uma das primeiras opções de Textor que tentou André Jardini, Roberto Mancini, Tite…
A questão que devo levantar é que o treinador português tem um histórico que não é dos mais animadores, essa é a verdade, com estatísticas que mostram um time ofensivo, mas que também sofre muito defensivamente. O primeito teste foi o jogo-treino contra o Cruzeiro no último sábado (16). O placar foi 3 a 3.
Agora, será que o estilo de jogo de Paiva pode elevar o nível do time para competições como o Campeonato Brasileiro, Libertadores e o Super Mundial de Clubes? Em especial, se pensarmos nas competições internarcionias, essa fraqueza defensiva não pode pesar muito?

O desempenho de Paiva em números
Em suas passagens por Bahia e Toluca, Paiva comandou 93 jogos, com um aproveitamento de 53,8%. Foram 41 vitórias, 27 empates e 25 derrotas, um desempenho que reflete uma equipe competitiva, mas que oscila em momentos decisivos. No final das contas, em seis temporadas, o técnico tem somente um título…
O treinador claramente prioriza um estilo de jogo ofensivo. Bom, gosto disso. Sou daqueles que acredita sim que a melhor defesa é o ataque. Mas precisa ser eficiente. Os times de Renato Paiva marcaram 153 gols – uma média de 1,6 por jogo –, mostrando um ataque produtivo. No entanto, a defesa é costumeiramente frágil. Os times do português levaram 111 gols (1,2 por jogo). É bastante coisa.
A posse de bola média foi de 47,8%, o que indica um time que busca o controle do jogo, mas sem dominar completamente seus adversários.

Finalizações e organização tática
Os times de Paiva produziram em média 12,1 finalizações por jogo, enquanto sofreram 9,7 finalizações a cada partida. Isso demonstra um estilo de jogo que permite espaço para os adversários finalizarem, um aspecto que precisa ser ajustado no Botafogo, especialmente para encarar desafios na Libertadores e no Mundial. Imagina contra o PSG que acabou de vencer o Liverpool, do goleiro Alisson agarrando de tudo…
Porém, apesar dos números defensivos instáveis, Paiva conseguiu manter sua equipe sem sofrer gols em 24 partidas (26%), um indicativo de que seu sistema pode funcionar quando bem estruturado.
Título no Brasil e desafios no Fogão
O maior destaque de Renato Paiva no Brasil foi a conquista do Campeonato Baiano de 2023 pelo Bahia. Um belo feito. Mas é pouco. Agora, no Botafogo, ele tem um elenco mais qualificado e com tempo para trabalhar suas ideias. É a chance de vida dele. O torcedor botafoguense parece mais desconfiado que otimista. Eu faço o tipo realista esperançoso, aprendiz de Suassuna.

Com competições de alto nível pela frente, o português precisa demonstrar que teve evolução nos últimos anos e extrair o máximo do elenco alvinegro, o qual possui excelentes jogadores como John, Savarino e Santiago Rodríguez. Porém, claramente, mais fraco que 2024.
O início do trabalho no Botafogo é avaliado como positivo internamente, mas a torcida espera resultados concretos em campo. A estreia contra o Palmeiras pode mostrar a realidade bem melhor do que um jogo-treino, sem dúvidas. A ansiedade está alta.
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