O debate sobre a utilização de gramado sintético no futebol brasileiro volta a ganhar destaque. Com a adesão de jogadores como Neymar, Gabigol, Philippe Coutinho e Lucas Moura, além de declarações de técnicos e comentaristas, a discussão levanta questionamentos sobre o impacto desse tipo de piso na saúde dos atletas e na qualidade do jogo.
O jornalista André Rizek, do programa “Seleção SporTV”, comentou a movimentação dos jogadores contrários ao gramado sintético e a classificou como “inócua”. Segundo ele, a FIFA já autoriza o uso desse tipo de gramado e realiza inspeções anuais para garantir a qualidade dos campos. Para Rizek, a tendência é que mais estádios adotem essa tecnologia, especialmente porque facilita a realização de eventos e shows sem comprometer a estrutura do campo como é o caso do Nilton Santos, do Botafogo. Ocorreu apresentação da internacional Shakira recentemente.
— Até onde eu sei dessa história, ela é inócua, porque a grama sintética é autorizada pela FIFA. Basta ter uma inspeção, que acontece normalmente em abril, e ela dá o OK — afirmou Rizek.

O jornalista também ressaltou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não tem mostrado interesse em vetar o gramado sintético, citando exemplos de estádios que já adotaram essa mudança, como o Allianz Parque (Palmeiras), Arena da Baixada (Athletico-PR) e Estádio Nilton Santos (Botafogo). O Pacaembu, recentemente reformado, também optou pelo gramado artificial, e o Atlético-MG pode ser o próximo clube a aderir à tendência.
Opiniões divergentes
Apesar da autorização da FIFA, o uso do gramado sintético divide opiniões. O ex-jogador e comentarista Júnior, que também participou da discussão no SporTV, afirmou ser contra esse tipo de gramado, apontando impactos na saúde dos atletas. Segundo ele, as lesões de ligamento cruzado e menisco são mais frequentes nesse tipo de piso.
— Eu tenho um amigo que diz que quem gosta de gramado sintético é ortopedista. O que tem de intervenção cirúrgica, de cruzado, de menisco… — comentou Júnior.
Mesmo sendo contrário ao gramado sintético, o comentarista ponderou que o campo do Botafogo tem um diferencial em relação a outros estádios.

— Por exemplo, por que o pessoal do Botafogo chama de tapetinho? Porque realmente parece um tapetinho. Acho que a influência que você tem ali no jogo em si é menor do que em outros estádios — concluiu.
Movimento dos jogadores
Nos últimos dias, jogadores renomados se uniram contra o uso de gramado sintético, alegando riscos à saúde e impacto no desempenho. Em um comunicado, atletas como Neymar e Philippe Coutinho afirmaram que “o gramado sintético não deveria nem ser uma opção”.
Além disso, o técnico do São Paulo também pediu um debate mais aprofundado sobre o tema, alegando que “quem mais pode perder é o jogador”.

Enquanto os atletas tentam ganhar voz na discussão, a tendência no Brasil parece seguir o caminho oposto, com mais estádios adotando o gramado sintético. Clubes e administradores argumentam que essa escolha reduz custos de manutenção e amplia a utilização dos estádios para eventos variados.
Diante desse cenário, resta saber se a mobilização dos jogadores será capaz de gerar mudanças ou se o futebol brasileiro seguirá a tendência de outros países, onde o uso do gramado sintético vem crescendo nos últimos anos. O Botafogo está de olho e feliz com seu tapetinho…
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