O começo de temporada não está animando. Ok, você pode argumentar exatamente isso, que é só o início. Mas a proximidade do Mundial de Clubes da FIFA 2025 traz expectativas e também preocupações para os clubes brasileiros. Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo representam o país na competição, mas todos enfrentam desafios que podem comprometer seu desempenho no torneio, marcado para junho e julho nos Estados Unidos.
Palmeiras: falta de consistência preocupa
O Palmeiras, sob o comando de Abel Ferreira, vive um início de temporada irregular. Oscilando no Campeonato Paulista, o Verdão ainda busca um equilíbrio no elenco, testando formações e enfrentando dificuldades para implementar sua melhor versão em campo.
Além disso, a falta de contratações de peso – como as negociações frustradas com jogadores como Andreas Pereira e Vitor Roque – tem gerado críticas de torcedores e especialistas. A preocupação é que essas dificuldades impactem o desempenho em um grupo que inclui FC Porto, Inter Miami e Al Ahly.]

Flamengo: Filipe Luís tem início promissor
O Flamengo chega ao Mundial como um dos clubes mais badalados, e, provalmente o mais preparado até agora. O time tem um técnico em ascensão, Filipe Luís, mas também enfrenta incertezas. O clube contratou até agora dois reforços na temporada: o zagueiro Danilo e o atacante Juninho.
Apesar disso, o clube não planeja trazer mais jogadores na atual janela de transferências, que termina em 28 de fevereiro. O técnico Filipe Luís demonstrou satisfação com o elenco disponível, destacando que o planejamento para o Mundial de Clubes será focado na próxima janela, entre 2 e 10 de junho de 2025.

Entre as movimentações recentes, o Flamengo tentou contratar o volante Jorginho, do Arsenal, e o zagueiro Vitão, do Internacional. No entanto, ambas as negociações não avançaram devido a recusas dos clubes. Jorginho, que tem contrato com o Arsenal até junho, segue como alvo para o futuro, com o Flamengo tentando um pré-contrato para o meio do ano.
O diretor de futebol José Boto e o técnico Filipe Luís trabalham com prioridades claras, mas não consideram obrigatória a busca por mais reforços nesta janela. A expectativa é intensificar as contratações no meio do ano, com o auxílio do recém-contratado ucraniano Andrii Fedchenkov, que lidera o departamento de scouting do clube.
Enquanto isso, o Flamengo segue focado em aproveitar as oportunidades de mercado e reforçar o elenco apenas quando necessário, mantendo o planejamento estratégico para o restante da temporada. Os que vieram até agora não empolgam a torcida, porém, em duelo contra o Botafogo na Supercopa, a vitória elevou a moral do time.
Fluminense: elenco limitado e lesões
O Fluminense, comandado por Mano Menezes, tem mostrado um futebol instável no Campeonato Carioca e desanimador e esbarra em limitações do elenco. O time depende de um grupo enxuto, o que aumenta a preocupação com desgaste físico e lesões em uma competição intensa como o Mundial. A perda de jogadores-chave em momentos decisivos pode comprometer as ambições do clube.
Com menos de três semanas para o fim da janela de transferências, o Tricolor está no mercado em busca de um volante e um atacante. Após a saída de Kauã Elias para o Shakhtar Donetsk, o clube procura um camisa 9 e negocia com o Atlético-MG para contratar o volante Otávio.

A diretoria também monitora possíveis opções para o meio de campo, mas aguarda a reavaliação de Paulo Henrique Ganso, diagnosticado com miocardite. O jogador será submetido a novos exames no dia 26 de fevereiro. Enquanto isso, Arias, Lima e o jovem Isaque assumem funções no setor. O Flu enfrenta dificuldades no mercado e ainda não avançou em negociações para reforçar o ataque, mas segue ativo na busca por soluções.
Botafogo: sem técnico, mal no Carioca e cheio de lesões
O Botafogo, atual campeão da Libertadores, chega ao início de 2025 com desafios significativos em sua preparação para o Super Mundial de Clubes, que acontece em junho nos Estados Unidos. Sem um treinador efetivo desde a saída de Artur Jorge, no início de janeiro, o clube ainda não definiu um substituto. O interino Carlos Leiria, técnico do sub-20 em 2024, tem comandado a equipe enquanto John Textor, dono da SAF, busca um novo comandante.
O elenco sofreu perdas importantes desde a conquista continental. O meia Thiago Almada, peça-chave na campanha, foi vendido ao Lyon, enquanto o atacante Luiz Henrique se transferiu para o Zenit. Apesar disso, a base campeã foi mantida, e o clube busca se reforçar para manter a competitividade.
Até agora, seis jogadores chegaram: o goleiro Léo Linck, os zagueiros Jair e David Ricardo, e os atacantes Artur e Rwan Cruz. O volante Wendel, contratado junto ao Zenit, se junta ao elenco no meio do ano, exatamente antes do início do Super Mundial e promete ser protagonista no meio de campo.

Com um início de temporada marcado por altos e baixos, o Botafogo disputou quatro partidas oficiais, com duas vitórias e duas derrotas. O time ainda precisa recuperar o ritmo e ajustar o elenco para competir contra adversários de alto nível, como os gigantes europeus.
A indefinição no comando técnico e a necessidade de entrosar os novos reforços trazem dúvidas sobre o desempenho da equipe no torneio. O Super Mundial será uma oportunidade única para o Botafogo consolidar seu nome no cenário internacional, mas o clube precisa superar os desafios internos para alcançar seu potencial. Há tempo, mas ele está passando rápido…
O receio de um desempenho ruim
Os clubes brasileiros entram no Mundial com pressão para justificar suas vagas e representar bem o país. No entanto, os problemas estruturais e técnicos vividos por Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo levantam questionamentos sobre a capacidade de competir em alto nível contra equipes europeias e de outras grandes ligas.
Com adversários sólidos como Manchester City, Real Madrid, e até times emergentes como o Inter Miami de Lionel Messi, há receio de que o futebol brasileiro não alcance o protagonismo esperado. A performance desses clubes será um teste não apenas para os próprios times, mas também para o prestígio do futebol tupiniquim no cenário global.

Para que o Brasil brilhe no Mundial, Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo precisam superar seus problemas internos, ajustar elencos e entregar atuações consistentes em campo. A competição é uma oportunidade de ouro para reafirmar a força do futebol brasileiro, mas, para isso, é necessário muito mais do que tradição e talento individual. Organização, planejamento e resiliência são fundamentais para enfrentar os gigantes do futebol mundial e evitar decepções.
Entretanto, como um jornalista esportivo otimista… Não, otimista não. Estou mais para um realista esperançoso como diria o mestre Ariano Suassuna. Dessa forma, acredito sim que muitas coisas mudarão até lá e as diretorias, sabendo da oportunidade única que é essa competição, farão as lapidações necessárias para o futebol brasileiro se sobressair e fazer bonito.
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