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Botafogo e Peñarol: clube uruguaio quer proibir times brasileiros de jogarem em casa

Luiz henrique. Botafogo x Penarol pela Copa Conmebol Libertadores no Estadio Niltos Santos. 23 de Outubro de 2024, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto: Vitor Silva/Botafogo.
Luiz Henrique em Botafogo x Penarol pela Copa Conmebol Libertadores (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

A goleada sobre o Peñarol aplicada pelo Botafogo segue gerando consequências. O clube uruguaio pretende se aliar a grandes clubes argentinos, como Boca Juniors, River Plate, Racing e Lanús, para solicitar à Conmebol que proíba times brasileiros de jogarem em casa. A ação seria uma resposta à atuação da Polícia brasileira contra torcedores uruguaios que causaram tumulto no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, antes da partida contra o Botafogo pela Libertadores-2024, ocorrida na última quarta-feira (23/10).

Evaristo González, membro do conselho diretor do Peñarol, afirmou durante entrevista ao programa “Polideportivo”, do “Canal 12”, no último sábado (26), que o clube busca apoio dos argentinos para denunciar o que considera tratamento desigual sofrido no Brasil. Ele sugere que os clubes brasileiros sejam punidos, inclusive com a perda do mando de campo, por até dois anos, ou que tenham que disputar suas partidas no Paraguai.

“Não é a primeira vez que algo assim acontece no Brasil. O Peñarol precisa se unir a clubes da Argentina que passaram por situações semelhantes, para pedir à Conmebol uma punição exemplar ao Brasil, seja perdendo o mando de campo ou jogando em outro país, até que aprendam uma lição”, afirmou González. “Se ir ao Brasil representa um risco de vida, isso precisa ser revisto.”

Botafogo x Peñarol
foto: Vitor Silva / BFR; foto 2: L. Carrano

Botafogo só observa

González criticou a atuação das autoridades brasileiras, que detiveram torcedores uruguaios após a depredação de quiosques, agressão a ambulantes, confronto com policiais e incêndio de motocicletas. Ele também acusou a Justiça brasileira de ser parcial, apontando que apenas uruguaios foram presos, enquanto brasileiros envolvidos em confrontos não foram detidos.

“O que causa indignação é que o foco das detenções sejam ‘falas racistas’. Embora eu não concorde com isso, é revoltante que não haja presos do lado brasileiro. Se 200 ou 300 brasileiros que nos atacaram também tivessem sido presos, haveria equilíbrio. Parece que as leis no Brasil não são as mesmas para todos”, declarou o dirigente.

González garantiu que o Peñarol vai atuar para que os torcedores do Botafogo sejam bem tratados na partida de volta, que acontece no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu, na próxima quarta-feira.

“Não queremos que nossa Polícia trate os torcedores do Botafogo da mesma forma que fomos tratados no Brasil. Não defendemos atos criminosos, mas sim o direito de qualquer torcedor acompanhar um jogo. Havia crianças e idosos que foram cercados, numa ação que parecia planejada pela Polícia. Felizmente, não estamos lamentando nenhuma morte. Restaram 21 detidos, sendo que um já foi liberado por falta de antecedentes. A Justiça no Brasil é parcial”, concluiu González.