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Empate dói, mas o Botafogo de 2024 tem outro espírito; entenda

Tiquinho do Botafogo em foto de Vitor Silva Botafogo
Foto: Vitor Silva / Botafogo

Aquele gol poético nos acréscimos com Maracanã lotado. Cena de cinema. Depois de muitas chances que pararam no goleiro adversário, seria a glória merecida. Mas o empate entre Botafogo e Criciúma nesta sexta-feira (18/10), pela 30ª rodada do Brasileirão 2024, trouxe à tona um cenário familiar. Mais uma vez, o Botafogo abriu o placar no final, apenas para sofrer o empate logo em seguida. Foi a tal da desatenção defensiva, tão comentada em 2023, que pareceu se repetir. Mas não. O Botafogo de Artur Jorge dá sinais claros de que está mais preparado para lidar com essas adversidades em 2024.

Tiquinho Soares marcou o gol com oportunismo, lembrando o atacante que tanta alegria já nos deu. A vitória parecia certa, era fim de jogo já, né? No entanto, 51 segundos depois, o Criciúma aproveitou um erro coletivo e Felipe Vizeu empatou o jogo, trazendo uma sensação ruim para os torcedores alvinegros. De novo não… A semelhança com o empate contra o Coritiba, em 2023, é inegável, mas o que mudou é a resposta do time.

Logo após o empate, o Botafogo continuou pressionando, algo que seria impensável no passado recente, pois o tima sentia o baque. Dessa vez não, o Fogão partiu para cima. Rodrigo, goleiro do Criciúma, fez uma defesa milagrosa em cabeçada de Tiquinho Soares, e no rebote, Alexander Barboza chegou a balançar as redes. Emoção total. A torcida explodiu lindamente, afinal, merecia essa alegria depois da festa belíssima em preto e branco, com toque de outubro rosa. Contudo, o gol foi anulado por toque de mão. Acertadamente, convenhamos, apesar da polêmica. A bola bateu nas duas mãos do jogador, mesmo sem querer.

Botafogo em foto de Vitor Silva Botafogo
Foto: Vitor Silva / Botafogo

O Botafogo de 2024 é mais coeso e resiliente

O negócio é que o time mostrou garra e persistência, características que indicam uma mudança de postura em relação ao ano anterior. Inevitavelmente vem as comparações com 2023, isso gera mídia, e tem muito mais gente contra o Botafogo do que a favor. Porém, as declarações após a partida mostram que o grupo está mentalmente mais forte. John Textor, dono da SAF do clube, foi firme em suas palavras, classificando a pergunta sobre traumas passados como “estúpida”. Alexander Barboza, que não fazia parte do elenco no ano passado, também reforçou que o time está focado no presente e nas próximas competições.

Em campo, o Botafogo enfrentou dificuldades semelhantes às do jogo contra o Grêmio, em Brasília. O Criciúma se fechou na defesa com uma marcação muito compacta, dificultando a criação de jogadas perigosas. O Alvinegro dominou, mas faltou eficácia para furar o bloqueio defensivo, faltou eficiência, faltou o heroísmo do Quarteto Fantástico. Savarino e Thiago Almada tiveram atuações abaixo do normal. E, no geral, os atacantes não conseguiram se desvencilhar bem da marcação do Criciúma.

Marlon Freitas com a camisa Alvinegra. (Foto: Vitor Silva/Botafogo)
Marlon Freitas com a camisa Alvinegra. (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

Marlon Freitas foi um dos poucos que conseguiu criar boas oportunidades com lançamentos precisos, enquanto Vitinho jogou mal demais, ainda não está no seu melhor.

A notícia boa é que esse Botafogo 2024 não se abala facilmente. O time é mais resiliente e pronto. A frustração do empate é óbvia, mas faz parte num campeonato assim. No Brasileirão, o perigoso Palmeiras segue na cola, porém, não há medo.

O foco agora é o sonho da Libertadores, o qual tem tudo para virar realidade. O Peñarol-URU tem tradição, é um time chato, mas o Glorioso tem mais time no papel e muitas possibilidades de fazer um bom resultado na quarta-feira (23), pelo jogo de ida da semifinal.

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