Na atual janela de transferências, Botafogo e Cruzeiro se destacaram por suas movimentações agressivas, sendo responsáveis por cerca de 40% das transações de atletas no futebol brasileiro. Enquanto o Botafogo investiu mais de R$ 320 milhões para trazer jogadores como Vitinho, Almada e Alex Telles, o Cruzeiro não ficou muito atrás, gastando R$ 236 milhões. Apesar de seguirem estratégias diferentes, ambos clubes são Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) e possuem investidores dispostos a injetar grandes somas para aumentar a competitividade das equipes.
O Botafogo faz parte da estratégia multiclubes da Eagle Holdings, liderada por John Textor. Sua abordagem visa gerar lucro com a valorização de atletas ao integrá-los em diferentes clubes sob seu controle, como Crystal Palace e Molenbeek. Textor busca comprar jogadores jovens e vendê-los com lucros significativos, após se destacarem em competições. Já Pedro Lourenço, no Cruzeiro, segue uma lógica mais tradicional, investindo pesado com o objetivo principal de fazer o clube campeão, priorizando menos a lucratividade imediata e mais o sucesso esportivo.
Botafogo é o único que pode ganhar títulos
O Botafogo, por ser o único clube de Textor com chances reais de conquistar títulos no curto prazo, tem sido o pilar de sua estratégia. A ideia é fechar com atletas em contratos longos, aumentar a competitividade, conquistar títulos e vendê-los antes de que as parcelas contratuais comecem a pesar no orçamento. Esse modelo se inspira em equipes europeias como Lille, Benfica e Atalanta, que se destacam ao comprar jogadores a preços acessíveis e vendê-los por valores muito maiores após boas campanhas.
No entanto, essa estratégia não está isenta de riscos. Textor depende do sucesso imediato no Botafogo para provar a eficácia de sua gestão e garantir que os custos elevados com salários e comissões sejam compensados por futuras vendas. Além disso, o mercado europeu tem favorecido atletas abaixo dos 21 anos, o que pode dificultar a venda de jogadores mais experientes por valores significativos, colocando em risco a sustentabilidade do projeto.
Por outro lado, a abordagem de Pedro Lourenço no Cruzeiro é mais emocional e menos focada no retorno financeiro, pois busca apenas o sucesso esportivo. Já o alvinegro carioca tenta equilibrar conquistas e lucratividade. A chegada dessas novas dinâmicas financeiras com as SAFs coloca pressão nos clubes tradicionais, que agora precisam encontrar meios de competir tanto dentro de campo quanto na gestão, garantindo que a força financeira seja convertida em sucesso esportivo.
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